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Foto do escritorGabriel Cardoso

Desenhando negócios


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Você já notou que com o advento das novas tecnologias nossa comunicação tem se tornado cada vez mais visual? A comunicação oral e escrita tem sido complementada e muitas vezes substituída por vídeos, imagens, pictogramas e figuras.

Quer um exemplo? Os emojis, aquelas pequenas imagens (“e” de imagem + “moji” de personagem, significando em português pictograma), representam uma infinidade de sentimentos, expressões e associações. Veja abaixo:

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Já percebeu como esses pequenos desenhos possuem em si uma complexidade de informações e que ao serem utilizados muitas vezes são mais eficientes na comunicação do que as próprias palavras? “Uma imagem vale mais que mil palavras”, já diria a sabedoria popular.

Observando a oportunidade, o autor Dan Roam escreveu o livro “Desenhando Negócios: como desenvolver ideias com o pensamento visual e vencer nos negócios” (Elsevier, 2012 com o título original The Back of The Napkin) que tem como base de sustentação a máxima de que “um desenho pode ajudar a resolver qualquer problema”.

Como o empreendedor social busca resolver problemas, trabalha com negócios sociais e principalmente precisa saber se comunicar de forma eficaz, resolvi trazer a ideia do livro para você, leitor do blog, utilizar o pensamento visual em sua rotina.

Uma boa síntese do livro é o canivete suíço que o autor usa como um instrumento que agrega todas as funcionalidades necessárias para a utilização do pensamento visual. Eu fiz questão de desenhar o meu. Veja:

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Imagino que você esteja rindo de minha habilidade como desenhista, mas o próprio autor passou boa parte do livro me tranquilizando quanto a isso. Não há problema se você desenhar bem ou mal, há problema em não desenhar ou usar algum software para substituir o desenho a mão.

Agora que você já riu, vou explicar o canivete:

1. Ferramentas biológicas (de preto)

Para que o pensamento visual seja efetivamente utilizado, necessitamos de nossas ferramentas biológicas: olhos (para olhar e ver), olhos da mente (para imaginar) e mãos e olhos (para mostrar).

2. O processo do pensamento visual (de verde)

O pensamento visual funciona por meio de quatro etapas.

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Primeiramente devemos OLHAR para a situação que desejamos traduzir visualmente (um problema da sociedade, por exemplo). Devemos ao OLHAR, coletar todas as informações necessárias, observando com cuidado e eliminado aquilo que é supérfluo. Em seguida, surgiria uma espécie de olhar mais profundo que o autor chama de VER. Aqui você vai selecionar o que é mais importante e agrupar as informações essenciais (as seis maneiras de VER serão tratadas na etapa três, que vem logo em seguida). Após VER, deve-se IMAGINAR, que em linhas gerais é enxergar aquilo que não está visível. Por fim – e só aqui – você deve MOSTRAR, que é o ato de desenhar aquilo que se necessita comunicar (no nosso exemplo, um problema na sociedade).

3. Seis maneiras de VER

E quais são as seis maneiras de VER?

  • Ver QUEM E O QUÊ, ou seja, seres e objetos.

  • Ver ONDE, posição no espaço

  • Ver QUANTO, quantidade

  • Ver QUANDO, posição no tempo

  • Ver COMO: influência e relação de causa e efeito

  • Ver o PORQUÊ, quando compreende-se a combinação dos itens anteriores e se vê o cenário completo

4. As cinco formas de imaginar

Após OLHAR e em seguida VER das seis formas necessárias - como você já compreendeu durante a explicação do processo de pensamento visual - chegou o momento de IMAGINAR aquilo que será mostrado. Para isso o autor usa o acrônimo SQVID para nos auxiliar

  • S: mostrarei um desenho Simples ou Complexo?

  • Q: mostrarei uma relação de Quantidade ou Qualidade?

  • V: mostrarei a Visão da situação ou como seria a Execução?

  • I: mostrarei Atributos individuais ou farei Comparação entre atributos?

  • D: Delta (mudança): mostrarei o Estado Atual do problema ou a Nova Situação Desejada?

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5. Seis maneiras de mostrar

Quando decidir aquilo que irá mostrar, o autor sugere o método <6><6>, que diz que para cada forma de VER há uma forma de MOSTRAR.

  • Ao ver Quem e O quê, mostrarei um Retrato

  • Ao ver Quantos, mostrarei um Gráfico

  • Ao ver Onde, mostrarei um Mapa

  • Ao ver Quando, mostrarei uma Linha do Tempo

  • Ao ver Como, mostrarei um Fluxograma

  • Ao ver Porquê, mostrarei um Gráfico de Variáveis

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6. O código do pensamento visual

Por fim, o autor cria um código do pensamento visual, que cruza as formas de VER, IMAGINAR e MOSTRAR para que você possa expressar visualmente tudo aquilo que necessita.

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Para compreender bem o conteúdo, volte na imagem do canivete suíço e, depois de rir novamente, interligue suas funcionalidades com o que foi falado até aqui.

Passei a adotar o pensamento visual em minha rotina. De pequenas reuniões até grandes projetos procuro sempre utilizá-lo para envolver e me comunicar melhor com interlocutores (às vezes até mesmo para compreender melhor uma ideia própria).

Literalmente é uma nova forma de ver mundo. Experimente, e deixe aqui o seu comentário.

Abraço fraterno.

Gabriel Cardoso

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